sexta-feira, junho 18, 2004

Todo Amor Que Houver Nessa Vida

PCA (Puta Carência Afetiva): Inexistente.
Foda-se: Desligado.


Alguns são melhores que outros, assim como alguns pensamentos e alguns acontecimentos.
Existem os dias bons e ruins e existe você.

Num contraponto perfeito entre o que desejo, o que espero, e o que é.

Existe você do meu lado passando um carinho tão tranqüilo e profundo que até as mais profundas mazelas da vida perdem um pouco o sentido.

Conversamos sobre o que ou quem nos inspira, sobre o que gostamos ou não, sobre sonhos e vontades e falamos de defeitos traçando planos secretos para os próximos 5 minutos, porque não queremos deixar correr as horas que insistem em nos ultrapassar e nos pegar além da hora da despedida.

Tenho tantos desejos sobre você mas não me cabe contar nada, apenas executar o que é possível momento a momento. Desisti de planejar, não adianta, existem tantas leis no universo que desconheço que traçar planos é perder tempo entre um beijo e outro, estalado ou demorado, sentindo sua língua ou apenas seus lábios nos meus. Não quero perder isso pensando nas possibilidades.

Ouço atento o que você me diz, capto as informações importantes, mas de vez em quando me perco observando seu cabelo macio, seus olhos hipnotizantes e sua boca que transmite um prazer novo e inebriante.

Quando sou obrigado a me despedir, porque é assim que me sinto ao me afastar de você, volto ao meu mundo de músicas perfeitas que são a trilha de sonhos acordados de viver, porque todos precisamos deles.

Lembro do filme que fomos assistir juntos e que em certos momentos me lembrou uma outra fase de minha vida e de tudo que já fiz por amor, exageradamente, passionalmente, sentindo toda a alegria e toda dor que houver nessa vida, mas é no singelo prazer de sorver seu perfume e ver seu perfil demarcado pela luz do cinema que percebo como foi bom caminhar até aqui e simplesmente dividir um pouco de mim com você.

Todo o amor que houver nesta vida - Cazuza / Roberto Frejat

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a sua fonte escondida
Te alcance em cheio o mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão, e a tua mente, não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria

© Editora Sigem
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