Ponto número 1, eu preciso reinstalar meu botão FODA-SE, é essencial para dias como o de ontem.
Ponto número 2, eu preciso aprender a aceitar o exagero do exagero e a dividir, estes são tópicos importantíssimos para a próxima encarnação (no sentido espiritualista da coisa).
Ponto número 3, devido ao tempo estimado para se cumprir o ponto número 2, eu preciso urgentimente aceitar as conseqüências do mal que tudo em excesso traz e da incapacidade lógico-matemática.
Ponto número 4, todos os pontos anteriores podem ser alterados, eliminados, melhorados ou qualquer coisa que eu quiser sem aviso prévio (e olhe que não estou usando as letras minúsculas de cláusulas contratuais).
E hoje, em rítimo de homenagens e superação, vou publicar (de novo e pela enésima vez) um texto do Millor, ou será de Pedro Ivo Resende, que explica o porque do uso do famoso “botão FODA-SE”, no caso desse texto são várias homenagens em um texto, porque homenageia meu mestre, mentor e melhor amigo Sidney Lima que foi o primeiro a me enviar este texto e que na verdade serviu de arcabouço teórico para o que já praticávamos a muito tempo. Também homenageia uma “escritora” que nega ser uma a todo custo e que no primeiro texto do blog dela (que não linko aqui ainda porque não perguntei se posso) teve o sugestivo título “Textos grandes de internet são muito chatos!” e que é um compêndio, épico-enciclopédico (adoro neologismos) de milhões de palavras, certo Nanda ??? E com tantas homenagens este post ficará enorme ou seja, muito chato. Serve também de homenagem a Juju (essa já linkada ai do lado, Um Anjo Atentado) que me escreveu (literalmente) e também expressou sua necessidade de reativar o “botãozinho mágico”.
Na introdução existe uma singela homenagem a Bruna (outra que preciso saber se posso linkar) que no texto de hoje me deu uma dica para seguir em frente, tipo “Move on over it”.
E a música de hoje é uma homenagem a Carol (também linkada ai do lado Carol-Unthinkable) que está numa fase Dave Matthews Band.
P S . - Uma explicação importante é que nunca fui de dar explicações sobre minhas homenagens porque acho muito mais interessante quando os respectivos homenageados percebem isso pelo próprio texto, mas essa nova atitude reforça o Ponto número 4.
P S. – “Some devil is stuck inside of me”, e eu apenas espero que não seja o “Demônio do Meio Dia”. “Some angel is stuck inside of me”, e eu espero que seja você, “But I cannot set you (both) free”.
Vamos ao texto do Millôr ou Pedro Ivo Resende :
O direito ao Foda-se
por Millôr Fernandes ou Pedro Ivo Resende* - Extraído do site http://www.foda-se.info
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.
"Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "Pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?
No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!". O "Não, não e não''! E tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ''Não, absolutamente não!'' O substituem. O "Nem fodendo" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.
Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um "é PhD porra nenhuma!", ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porranenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e, mais recentemente, o "prepone" - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta-que-pariu!", ou seu correlato "Puta-que-o-pariu!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!".
Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ''foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.". Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!".
O direito ao ''foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, igualdade, fraternidade e FODA-SE.
* Este texto é atribuido a Millôr Fernandes por várias fontes informais mas não sabemos nem onde, nem quando foi publicado. Recebemos recentemente um email contendo a seguinte informação:
"> Fala galera!>> Beleza? Seguinte, minha amiga me passou o site de vocês e achei a idéia maneiríssima... estou pertinho de imprimir o adesivo pra tecla F do meu teclado.>> Agora, só um lance: o autor do "O Direito Ao Foda-Se" não é o Millôr Fernandes. Nem ele, nem o Arnaldo Jabor, nem o Veríssimo (porque já recebi esse mesmo texto creditado a eles)... e sim um cara daqui do Rio chamado Pedro Ivo Resende, que tinha uma coluna chamada "Loser" -- > publicada no finado E-Fanzine e no Cucaracha Zine -- e esse texto fazia parte dos contos dele, que são muito divertidos, diga-se de passagem :)>> Se puderem mudar lá, beleza. Senão, FODA-SE também! hehe :)>> abraços!> --> Pedro Giglio
Valeu Pedro!!!"
Some Devil – DAVE MATTHEWS
One last kiss one only
Then I'll let you go
Hard for you I've fallen
But you can't break my fall
I'm broken don't break me
When I hit the ground
Some devil some angel
Has got me to the bones
You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Is such a long and lonely time
Too drunk and still drinking
It's just the way I feel
It's alright
Is what you told me
Cause what we had was so beautiful
Feel heavy like floating
At the bottom of the sea
You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Is such a long and lonely time
Some devil is stuck inside of me
Why can't I set you free
I wish, I wish I was dead and you were grieving
Just so that you could see
Some angel is stuck inside of me
But I cannot set you free
You said always and forever
Now I believe you baby
You said always and forever
Such a long and lonely time
Stuck inside of me